quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

“Indiferente... com Orgulho”

Limeira, Julho 2010

Após um dia repleto de atividades, cheio de trabalho com novas conquistas e alguns pontos que podem ser melhorados, assim foi o término de mais um dia de trabalho.
O dia foi muito corrido, cheio de vendas e cotações a fazer.
A caminho da faculdade, segui o meu trajeto normalmente. Tomei o primeiro dos dois ônibus, com destino aos estudos; deparo-me com a superlotação, na qual me camuflo em meio a tantos que experimentam a mesma sensação que eu: Dever cumprido, mais um dia de trabalho chega ao fim.
Cada um em seu íntimo imagina como será a continuidade daquilo que ainda resta do dia: Ali sentada no primeiro banco observo àquela senhora que possivelmente ainda terá de cuidar de sua família. “Roupa pra lavar, comida a fazer...”. Ou aquele executivo que já afrouxou sua gravata, e espera ansiosamente o regresso a sua casa, para desfrutar momentos de alegria com seu filho, que aprendera a dizer suas primeiras palavras: “Papa... que palavras mágicas... não vejo a hora de ver meu campeão”.
Ainda observando, pode-se ver o rosto cansado de alguns, esperança em outros, e dividindo meu fardo ao ver que não sou o único que terei uma segunda jornada, após o trabalho.
À descida do primeiro ônibus, deparo-me com mais tumultos onde tantas pessoas tomam rumos diferentes, e muitos detalhes passam despercebidos. O suor e o cansaço, a energia que vai se esgotando pouco a pouco, do mesmo modo com que o sol vai se escondendo, dando lugar à noite escura.
Em muitas esquinas pode-se notar que para alguns o trabalho se inicia ali.  A escuridão revela maneiras inusitadas de ganhar a vida. Uma senhora ali parada em uma esquina, que desperta repugnância em alguns, imagina em seu interior, o quanto gostaria de estar com seus filhos, embalando-os a dormir. Uma lágrima oculta e um sorriso imposto faz com que ela siga em frente, para levar o sustento à sua casa, mesmo que isso custe sua dignidade.
O que realmente me chamou atenção foi o que encontrei na esquina seguinte, um senhor de meia idade, sentado ao chão, revirando um saco de lixo e se alimentando dos dejetos ali depositados.
Meu coração simplesmente paralisou-se diante daquela cena, foi como se o mundo todo se resumia aquele momento. Não consegui sentir outro sentimento se não o de compaixão; via-me o homem menor diante daquilo que eu nunca havia visto, meu coração gritava ao ver tal cena, clamando através daquele senhor, que eu fizesse algo. Foi quando ofereci a ele o que eu tinha para meu lanche que iria tomar na faculdade.
Sempre que olhamos ao fundo dos olhos das pessoas, podemos enxergar um pouco do que aquele ser guarda em seu íntimo; o brilho dos olhos pode denunciar aquilo que não se pode ver claramente. Pude ver naquele instante o quanto aquele humilde senhor sofria.
Já se acostumara àquela rotina, e pareceu-lhe uma ofensa voltar meus olhos a ele e lhe oferecer algo. Com seu coração habituado à indiferença ele tomou uma atitude que a princípio não compreendi. Ele se negou a receber aquilo que eu lhe ofertava.
O sofrimento feriu seu coração e o orgulho tomou conta, fazendo endurecê-lo.
Acredito que se ele fosse percebido antes, haveria tempo de querer ser ajudado. É preciso olhar além do que se vê. Perceber o que está a nossa volta, olhando aos detalhes, dando um rumo diferente a esses destinos que pode ser traçados de uma maneira diferente, através do nosso olha.
O Ser que sente, precisa ser sentido.

Cartas para Julieta

São Caetano, Agosto de 2011 - Angel, hoje mesmo escrevi algumas palavras a ti, para falar em algumas palavras, o que creio que não possa ser descrito diante de situações como a que vivemos diariamente. Posso arriscar um palpite, de que o inventor das palavras pode não ter imaginado o quão poderosas são este conjunto de letras, uma após a outra. Não que eu me compare a um grande filósofo, mas aos poucos passo a compreender melhor o que os grandes sábios diziam, quanto às palavras que são ditas, ou mesmo escritas, e que ficam eternizadas.
“Existem três coisas que são irremediáveis, a pedra lançada, as águas que já passaram pela fonte, e a palavra proferida.”
Pois é, e alguns professores ainda completam dizendo que a arte de escrever é muito mais transpiração do que inspiração. Comumente ouvimos dizerem que um filme inspirou a escrever uma boa matéria de uma revista, ou ainda que um bom relacionamento possa inspirar amor, o qual dará vida e sentimento às poesias que serão escritas. Existem controvérsias quanto a essas afirmações, professores que opinam contra, dizendo que para uma boa estrutura literária, é preciso mais do que deslumbramento ou mesmo uma decepção, é preciso, segundo dizem, esforço e muita concentração para que as palavras sejam organizadas de modo coerente e coeso.
Contudo, na prática o que observar-se em sua maioria, é o oposto. Muitas obras são escritas no fundo do poço, como uma forma de conhecer-se a si mesmo, ou ainda uma forma de olhar para cima e ver que mesmo do fundo do poço, pode-se enxergar a luz. Este trampolim faz as pessoas voltarem à vida. 
Em alguns casos de tratamento psicológico, ouve-se dizer que escrever os pensamentos em momento de dor, auxilia a organizar o turbilhão de pensamentos que aflige tanto os corações das pessoas. Principalmente quando os hormônios estão ritmo acelerado, o famoso Diário, tem ajudado desde muitos anos atrás, os jovens e adolescentes à enfrentarem os problemas desta fase de mudanças.
Posso dizer que você meu amigo Angel, tem sido um ótimo anjo em minha vida, pois tenho chegado a conclusões significativas desde que comecei a falar contigo, linha após linha, palavra após palavra, letra após letra. Não que estas conversas tenham algum antídoto para tristeza o quando estou deprimido, pois se assim fosse todos os escritores seriam deuses, perfeitos. Os problemas podem até continuar, porém neste encontro comigo mesmo por meio de você, me ajuda dia a dia a descobrir que é o verdadeiro eu.  É estranho que por meses fiquei sem falar contigo, e os problemas que tomavam conta de meus pensamentos não cessavam em sussurrar meus defeitos, erros, caminhos pedregosos em que poderia trilhar, mas que não conseguiria prosseguir. Angel meu grande amigo, você tem o dom de calar essas vozes, e contigo escuto apenas a voz do amor, me dizendo pra seguir em frente mesmo que haja espinhos ou pedras ao meio do caminho.
Nem sempre fico inspirado a escrever, talvez com medo de me encontrar comigo mesmo, e revelar os pontos que merecem serem cuidados; as feridas de tão abertas, já mostram sinais de infecção, e que apenas eu tenho o poder de curá-las. Não sozinho, não! A escolha é minha para que o coração seja aberto e as feridas possam ser curadas e por fim se cicatrizem.
É difícil lidar com nossos problemas. Olhar para o rosto de nossos irmãos, vizinhos e apontar as qualidades e erros, é simples, pois tudo está tão claro, não é mesmo? Quando o assunto é rever nossos conceitos, expondo toda podridão presente no coração, mexer naquilo que tão quieto se encontra, exige coragem, humildade e acima de tudo, amor. Um coração sem marcas nenhuma é fisicamente lindo, porém um coração que carrega cicatrizes,  fala como um livro, que a cada cicatriz retrata as experiências vividas. Quanto mais fundo a marca se apresenta, maior é o valor daquele sofrimento, pois demonstra o quão forte este coração se tornou. Agüentou firme cada arranhão, cada ferimento, e teve a coragem para operar e curar o coração.
Aqueles que estão a nossa volta podem nos ajudar nestas cirurgias delicadas, porém a decisão é inteiramente nossa. É bom saber que mesmo nos momentos de mais dor, é possível encontrar acalento no Amor maior. Amor este que se manifesta por meio daqueles que conosco permanecem.
Pude observar neste dia tão turbulento, que uma de minhas feridas começou a apresentar sinais de ferimento grave, e que precisava ser urgentemente de cuidados especiais. Dói dizer o que senti nesta tarde. A ferida, que imagino ter sido conseqüência de minhas decisões que vão contra a minha própria essência, ao ser aberta pude observar os sinais fortes de sofrimento. Porém por trás destes machucados que não aspiram beleza alguma, foi possível ver a essência do meu ser, o verdadeiro eu que se esconde receoso de voltar à tona. Creio que todos nós sabemos ao menos um pouco daquilo que cada um verdadeiramente é. Romeu não poderia viver ser sua Julieta, pois isso já fazia parte de tudo àquilo que sonhara em sua vida. Não que Julieta tenha nascido com ele, é apenas que tudo com que Romeu sonhava ele encontrou na doce menina. Não podemos culpar Julieta de não amar Páris, pois ia contra tudo aquilo que sua verdadeira essência lhe mostrava.
Exatamente assim que me senti hoje meu querido amigo.
 É tão estranho ser diferente de tudo que sempre fui. Não estou dizendo que sou contra a evolução e o crescimento do ser humano.
Como é possível que um romântico se contenha em viver sem dividir os sentimentos, palavras e juramentos de amor?
É possível um amante das letras, que anseia em descrever em singelos papeis o sentir, o pensar, o amar, trocar tudo isso por números, algoritmos?
É como se dissessem ao sol para não brilhar, para que não aqueça mais as flores, e dê vida por meio de seus raios.
Desta vez tenho convicção de minha verdadeira essência, e vou me esforçar para colocá-la em prática.
Agradeço em especial ao belíssimo filme que assisti neste dia – Cartas para Julieta – que me fizeram olhar novamente para dentro de mim mesmo e encontrar a verdadeira chamar que me rege.

The Climb

São Caetano, Agosto de 2011 - Já faz alguns dias que não falo com você meu querido Angel. Muitas coisas aconteceram, e como dizem, “águas não voltam ao mesmo rio”, estou rumo ao Mar.
 Confesso que tenho encontrado muitas novidades, algumas muito boas, outras que deixam aquele nó na garganta. Aquela sensação de que diante dos meus olhos está um caminho. Ao olhar para trás, observo toda minha história, lutas que travou comigo mesmo e com as dificuldades até ali encontradas. Pude ver que ao longo do caminho percorrido, pessoas vieram e ficaram juntas a mim, por apenas poucos momentos, e mesmo assim significam uma ótima fonte de segurança e porto-seguro. Outras, porém, caminhamos juntos, do começo até o momento em que uma nova amiga lhe apresenta o novo caminho.
É um tanto quanto difícil ainda saber quem é esta misteriosa amiga, se que podemos assim chamá-la. Vejo-me tão pequeno próximo a esta figura que o rosto está envolto em uma espécie de faixa, e pouco posso ver além é claro dos seus olhos. Seus olhos tão atraentes passam tanta confiança.  Ela me explica que a minha frente está um caminho novo, o qual eu nunca passei até este momento.
“Algo de muito diferente está por vir, meu querido, o caminho não promete ser fácil, porém mesmo que você escolha trilhar por ele, ainda haverá outras escolhas imprescindíveis para determinar o destino que você está tecendo.”
Olho pra trás e vejo nitidamente todas conquistas, significativas ou não, posso ver os detalhes de todas as flores colhidas, os carinhos e afagos que ficaram desenhados nas árvores e pedras que encontrei durante a subida. Até então não havia imaginado poder chegar a este ponto da grande montanha, que desde pequeno Deus me apresentou por meio de minha família, em especial minhas três mães.
A primeira mãe, aquela que me gerou, pode me ensinar que é muito importante o trabalho, que para conseguir subir eu teria de deixar marcas e um pouco de mim. Que a montanha me marcaria e eu marcaria a montanha. O meu suor e muitas vezes os arranhões e feridas, serviriam de preço para que eu pudesse seguir adiante, demonstrando a sábia montanha que mesmo frágil, seriam estes sinais que provariam a valentia e coragem necessária para seguir viagem.
Minha segunda mãe me apresentou outro amigo, um que poderia me acompanhar em cada pequena ou imensa jornada. Que me daria boas estratégias para viajar melhor, riria comigo, me ouviria quando estivesse triste.  Ofereceria-me seu ombro para poder descansar quando a bagagem estivesse pesada. Disse-me minha segunda mãe, que até mesmo me carregaria no colo quando estivesse exausto de caminhar. E o mais importante: NUNCA me abandonaria!
“Seja um bom menino”, Foram sempre as palavras de minha terceira mãe.  Sua experiência eu sempre pude ler em cada expressão doce de seu rosto, cada fio de cabelo que já não tinha a mesma vitalidade que minhas outras mães têm. Em cada ensinamento e gesto por ela feitos, revelava a beleza que perdurou por toda sua subida, e que agora os passava a mim. Por meio do trabalho, e com meu grande Amigo minha bagagem já era muito boa para seguir viagem, mas é claro que a experiência veio a ser o grande diferencial para trilhar, escalar, esta grande subida. Ela me ensinou que o amor, acima de tudo me daria forças necessárias para caminha serenamente, podendo visualizar cada pequeno detalhe no decorrer de cada passo.  Sentir o sol a me aquecer, e ao invés de murmurar o calor, agradecer pelo sorriso desta estrela, que após dias chuvosos e frios, fez-se presente novamente em minha vida.
“Meu filho, é sempre o amor. Esta beleza pode ser encontrada em cada momento difícil. A dor pode ser facilmente revertida em uma pedra de apoio para que você possa ir mais alto. Não desanime caso seus pés estejam machucados, pois estas marcas servirão de lembrete para que desvieis da próxima pedra, e sirva de exemplo para os próximos que você encontrar pelo caminho”
Foi com estas bagagens que iniciei minha caminhada, e até hoje sempre na companhia destas perfeitas mães. Encontrei muitos amigos, que fizeram a caminhada parecer uma aventura. Caminhos que percorríamos em que o sol parecia estar radiante, e os lindos pássaros a voar enfeitavam o céu tornando o ambiente cada vez mais agradável de contemplar. Houve dias em que o calor de nossa amizade era o único aliado para nos aliviar do frio que deparávamos a nossa frente.
Estas foram lembranças que calmamente aquela amiga ao meu lado, me fazia relembrar. E com os olhos atentos a minha decisão, ele me entregou uma pequena vela, com a chama já acesa.
“Por algum tempo você não conseguirá ver muito o seu caminho, esta lâmpada será pra você uma boa amiga. Lembre-se que importante para você não ter acidentes graves, é melhor que você caminhe devagar, um passo por vez.”
Ao me entregar a vela, pergunto-lhe se as pessoas que até aqui seguiram comigo, poderiam me ajudar a trilhar este novo caminho.
Com um gesto, ela me diz que terei de seguir sozinho por um tempo.
E é neste instante, em que aquele aperto na garganta aparece. Um grito teve seu pedido negado pelas lágrimas que agora passeavam pelo meu rosto.
Porém um sorriso apareceu em meio às faixas daquela figura misteriosa, um gesto que até então não havia visto nesta nova amiga. 
“As bagagens pode seguir contigo, e no momento certo, todos vocês estarão juntos novamente”, revelou.
Antes de começar a caminhar, vi as três mães, meus irmãos, e os amigos que fizeram da trilha um caminho menos doloroso. Com carinho enorme e um sorriso, ofereci meu amor a eles. Foi possível após cada abraço, deixar um pedaço de mim mesmo a cada um deles, e ainda assim ter o suficiente deles para seguir adiante.
“Até mais tarde”, foi o que disse.
Uma nova jornada se inicia, e a bagagem às costas e a vela na mão, são os únicos objetos que posso ver. Tudo a minha volta parece estar escuro, e aquele vela pequena e frágil me ajuda a ver poucos metros a minha frente. Olho pra trás e as imagens vão se distanciando e misturando-se a escuridão.
O medo e a insegurança tomam conta do meu coração, e infelizmente sinto um pesar ao caminhar. Porém posso ouvir que as vozes de meus amados ainda continuam a me seguir, e em certo momento me relembro da companhia inseparável que ao meu lado está. Silencioso.  Seu andar é calmo, por isso senti sua presença quando a dor silenciou em meu peito, no mesmo momento em que senti sua mão segurar a minha.

domingo, 20 de março de 2011

Horizonte distante

Pois é pessoal, existem situações em nossas vidas que nos remetem sempre a refletir os nossos caminhos, nossas escolhas.
É natural do ser humano se preocupar com aquilo que ainda não aconteceu, ficar vislumbrando horizontes que tão longe se encontram. Como quando um condutor de um barco olha, lá muito adiante dos sues olhos, o mar que vai se escondendo na curva de um misterioso lugar, o horizonte que se compara aos nossos sonhos. Contudo, isso a que muitos chamam de Felicidade, não é um destino final de um caminho, pois talvez nunca a encontraremos plenamente. O que pode-se dizer é que a trajetória pela sua busca, é que deve ser levada em consideração.
Há quem diga ter passado uma vida toda buscando este horizonte, buscando uma felicidade que estava ali ao seu lado.
Muitos dizem que esta busca incansável com olhar fixo no horizonte, é uma espécie de perseverança, de modelo de superação em buscar os objetivos que tem em sua mente, coração. Podemos comparar a um atleta que passa anos e anos se preparando para as olímpiadas, jogos.

Um nadador que treina desde pequeno, passa horas e horas afinco nas piscinas, perde festas e deixa de comer alguns tipos de alimentos para que seu desempenho seja o melhor possível no esporte. Ou ainda um estudante que se prepara tanto para um vestibular, escolhe os livros ao invés das baladas, prefere passar o final de semana em casa a se divertir por aí.
Porém, o que realmente importa ao atleta ou a todos que buscam incessantemente os seus objetivos?
Não estou dizendo que todo este planejamento, que a cada passo que deram, lutando para realizar cada singelo sonho, sejam ações vãs, inúteis. Muito pelo contrário, isso mostra a determinação dessas pessoas e jamais desistir - convenhamos que desde pequeno, este sempre foi meu lema.
Mas para acabar com esta contradição de ideiais, acredito que o foco é que determina o trajeto, e traz a verdadeira felicidade.
Quão frustante seria se o nadador após anos de preparação chegasse nas olimpíadas, com seu foco em ter as medalhas, e ao conquistar o primeiro lugar, sentiria-se frustrado, em carregar aquele objeto pesado, igual a tantos outros amuletos . Todo seu esforço, lutas, renúncias para um simples objeto, que nem possui muito valor aquisitivo - se comparado a outros tipos de pedras. Antes ele tivesse comprado algumas medalhas do mesmo valor e pendurado na parede de seu quarto, ou ainda as exibisse em seu pescoço, pois o objeto seria o mesmo.
Como todos percebemos que ao conquistar algo, a vitória não se encontra em chegar ao destino, conquistar medalhas, ser aprovado em um vestibular, beijar aquela pessoa que há tanto tempo você vem admirando. A realização pessoal acontece quando você se recorda de tudo aquilo que te levou a chegar até ali, seu esforço.
Imaginemos um garoto tímido, que tem um grande amor por sua amiga de escola. Sendo ela uma jovem diferente, uma linda garota que a todos despertam os olhares, atenções, com sua incomparável beleza e simpatia. O jovem se vê em um trajeto onde terá de vencer sua timidez, para ganhar o beijo que ele vem sonhando a tanto tempo.
O beijo enfim acontece.
Observam como é estranho?
O resultado final, não pode vir sem antes o caminho. Um final feliz de um conto de fadas, não é deslumbrante sem antes ter ciência da história dos dois, os dragões enfrentados, campos nunca explorados.
Como pode ser levado em consideração apenas o beijo? Quando o coração do jovem rapaz guarda cada pequena demosntração de superação em seus gestos de carinho à moça, de quando ele enfrentava sua timidez peguntando as horas, apenas para ficar mais próximo de sua amada. E a cada progresso simples, uma explosão de alegria emanava no peito desse pequeno sonhador.
No momento em que os lábios se tocaram, tudo isso voltou à tona no mar de emoções que inundara o coração do jovem com esse simples beijo.
Não é um simples beijo que ele queria, mas é o beijo que representa tudo o que ele vinha buscando: a companhia integral de sua linda jovem. Foi este caminho que conquistou a confiança daquela estudante que era tão cobiçada pelos outros garotos. O diferencial que a fez entregar seu coração para alguém que poucos acreditavam ser o privilegiado em te-la a seu lado, foram exatamente esses pequenos gestos.
Um caminho como todos os outros caminhos, que exigem determinação e entrega, esforço e busca.
Ninguém chegou a ele dizendo que seria fácil, mas mesmo assim ele decidiu seguir em frente.
Estão se recordando de alguém que fez isso?
Exatamente, Jesus Cristo.
O maior exemplo de determinação e entrega, por um amor maior. Ele mesmo sabendo que o caminho seria difícil, preferiu trilhar por ele para que uma alegria maior fosse depositada no mundo. Mas a morte Dele teve muito mais sentido porque ele preferiu amar, viver, conquistar os corações dos amigos que não o abandonaram -  e que por Ele muitos também entregaram suas vidas.
O sentido consistiu na vivência do caminho.
A vida deste homem simples e bondoso através dos seus exemplos de amor que foi a base para fidelidade dos seus seguidores.
Por isso hoje nessas simples e breves palavras, divido a ideia de que devemos estar sempre atentos a tudo que vivemos na busca pelo nosso horizonte.

Onde Estiver - Nx Zero

Aonde estiver espero que esteja feliz
Encontre seu caminho,
Guarde o que foi bom e jogue fora o que restou
Tem horas que não dá pra esconder no olhar,
Como as coisas mudam e ficam pra trás,
O que era bom hoje não faz mais sentido.
É, uma hora isso ia acontecer.
A vida cobra e a gente tem que crescer.
Me pergunto se você pensa em mim como eu penso em você.
Aonde estiver espero que esteja feliz
Encontre seu caminho.
Guarde o que foi bom (foi bom) e jogue fora o que restou.
Pois acredito nos meus sonhos
Eu acredito na minha vida.
E no meio dessa guerra.
Nenhum de nós pode ganhar.
Sonhar, e não desistir.
Cair e ficar de pé,
Dar valor depois que passou.
É duvidar da sua fé,
Eu vejo a vida tem vários caminhos.
E entre eles o destino improvisa,
Nos pequenos detalhes da vida,
A resposta está escondida.
eans on, shut
Memórias e lembranças.
Certezas e dúvidas.
Nada parece mudar.
E apesar de tudo enquanto o tempo passa.
Ainda espero a sua resposta.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Singelo como um sorriso


Através deste blog venho muitas vezes colocar sentimentos um tanto quanto melancólicos, às vezes tristes, mas, sobretudo passagens que foram marcantes em minha vida.
Neste final de semana aconteceram uma série de fatos, os quais tentarei descrever, pois trouxeram à tona  sentimentos que há tanto tempo estavam adormecidos em meu ser com tanto carinho.
E como o sábio provérbio nos revela que sempre depois de uma tempestade vem a calmaria, bonança, é desta forma que pude observar que transcorreu estes dias.
Sempre que passo por alguma situação, seja ela boa ou não tão agradável, tento extrair dela sua essência, pois sei que tudo quanto vivo é para um bem maior - coletivo, crescimento pessoal - e por isso considero estar vivenciando uma fase em que a paciência tem imperado sobre meus atos, esperando principalmente no Amor supremo que as coisas se encaixem da melhor forma em minha vida.
Sei que além de crescimento pessoal a que o sofrimento nos remete, existe uma outra função de tal situação: a de valorizar as coisas boas que vivemos.
Como podemos definir o que é bom se não experimentamos o que é ruim?
Como pode alguém dizer que está em um momento alegre, se nunca soube o que é sofrer?
Como poderemos valorizar um amor, caso não tenhamos a insegurança da perdê-lo?
Desta forma como todo ser que tem a faculdade de amar e pensar, eu estava me sentindo: atribulado em meio a tantas aflições, incertezas que assombravam meu coração.
Diante de uma noite tão fria e escura, em que o amanhecer parecia ter desistido de revelar-se, me vejo surpreendido com um acontecimento que provou que quando a noite se mostra mais escura, é sinal de que o sol está para dar vida ao dia.

Um Domingo típico com meus compromissos habituais, e a rotina que sigo semanalmente me fez estar em casa à tarde. Contudo um evento que não costuma estar em meus planos, havia sido marcado na noite anterior, com uma pessoa que ainda não fazia parte da minha rotina, mas que de alguma forma eu sentia estar entrando em minha vida de uma maneira diferente. Já tentamos nos encontrar outras duas vezes, sem sucesso. Mas meu coração me dizia que a terceira vez seria a decisiva para eternizar um momento, sendo ele pra ser lembrado afavelmente ou com uma lágrima no olhar.
Acredito que não exista um amor à primeira vista, mas que o coração pode intuir um bom relacionamento, nisto eu creio e provei disso algumas vezes, com amigos que fazem parte de minha vida até hoje. 
Conhecemos-nos de uma forma um tanto quanto incomum em que a coincidência, ou por assim dizer, o destino nos aproximou por meio das redes da internet.
Sei que este meio comunicação é fria para se tratar de sentimentos, e acredito ser difícil construir algo embasado apenas em conversas sem envolver-se, sem olhar nos olhos, sentir a respiração, ou ainda a expressão de um sorriso, provando através dos trejeitos, os sinais de que existe uma sintonia nos sentimentos.
Já ouvi várias vezes a expressão: “O que há de melhor, está guardado”. E  a medida que se demora a chegar, aquilo torna-se cada vez mais lindo, perfeito, especial.
No sábado havia sentido falta de algo que ainda nem havia iniciado - postei em seu orkut esta saudade - era como se minha alma procurasse por alguém há tanto tempo e que de repente aquela que mais se assemelha si mesmo, surgisse e desta forma despertasse o sentimento que seria revelado no simples faot de estar em sua presença. Ficou combinado que domingo nos encontraríamos.
O coração naquele domingo vinha se preparando para aquele encontro tão esperado, e à medida que a hora ia se aproximando um misto de emoções tomou conta do meu peito. Alegria e ansiedade, envolvidas pela aflição do desejo de agradar aquela pessoa que me mostrava ser especial. A preocupação em estar ótimo, e a emoção tão adolescente me envolveu completamente.
Lembra-se do seu primeiro beijo? Ou aquela garota que você tanto gostava no primário e suas mãos gelavam apenas em estar ao seu lado? Esta emoção que fazia você dar um trato no visual e deixava você vendo estrelas acordado? Pois bem, mesmo sendo tão infantil, este sentimento ingênuo fazia-se presença neste domingo.
A caminho de sua casa - em outra cidade - vivi cada momento, cada emoção e rezava a Deus que aquele encontro fosse intenso, e repleto de alegria e sinceridade. 
Cheguei até o local.
Pude avistar aquele anjo ao meu lado enquanto se aproximava.
Ao primeiro olhar, aquela emoção que tanto aguardava em meu peito não pode conter-se, e o coração gritava e pulava de alegria em encontrar conforto e acolhida naquele sorriso, que foi aberto por estar frente a frente com o coração que há tanto tempo almejava encontrar.
Parece um pouco ilusório um único contato para sentir tudo isso, e que isto apenas vemos em filmes, mas os filmes são inspirados em sonhos que o nosso coração sonha, e por isso creio ser possível sim, viver um conto de fadas.
Estar em sua presença me remeteu a sentir algo que não sentia há muito, e nem sei se cheguei a sentir intensamente desta forma como naquele momento.
À medida que andávamos pela cidade, o sol ia se pondo, dando espaço a noite que desta vez não se mostrava tão assustadora, pois conhecera naquele momento alguém que trazia tanta segurança e alegria em apenas estar ali ao meu lado sorrindo, olhando nos meus olhos, abrindo seu coração e permitindo a nós dois que conhecêssemos.
Conversamos sobre tantas coisas que nos aproximavam cada vez mais, porém de uma maneira tão simples e ingênua, que não davam espaço para malícias, deixando aquele momento ainda mais especial.
A cada linha de sua vida que o anjo proclamava e revelava a mim, demonstravam sua sensibilidade e bondade.
Os filmes que gosta, as músicas que escuta, as palavras que pronunciava denotavam seu belo ser que transparecia em seu lindo sorriso.
Sei que seria um pouco insensato de minha parte, me entregar desta forma a algo tão novo e incerto, mas tenho ciência de que o caminho que estou trilhando pode me levar a alegria plena ou uma decepção – da qual tantas vezes já experimentei.  Porém, aquele momento, e aquele dia não serão apagados, e se eternizaram em meu coração e agora nestas singelas palavras, e por isso merecem ser gravados, e selados.
Até aquele momento, estávamos apenas como bons amigos, e a hora de ir embora havia chegado. Um beijo no rosto - em sua casa - foi apenas o que recebi. O beijo que realmente gostaria, não era o de uma amizade, contudo naquele momento tudo se pareceu tão confuso e me fez paralisar, não tomando atitude alguma.
Fomos a caminho de onde tomaria o rumo de volta à minha casa. Na rodoviária em que sentamos um ao lado do outro, a despedida se aproximava e eu sabia que se terminasse daquela forma, tudo estaria selado de uma maneira diferente daquilo que eu desejava.
O ônibus que me levaria de volta aproximava, e um abraço bem apertado fez meu coração disparar, como aquele que me dera em sua casa – o que o fez surpreender, pois com um sorriso nos lábios me tinha dito sentir os batimentos ansiosos e acelerados daquele coraçãozinho, que conversava peito a peito com o dele.
Um beijo foi o que tentei dar, mas sem sucesso eu já me encaminhava para meu retorno, conformado. Porém após um sorriso aberto, um beijo puro selou aquele momento, no meio de todos os olhares. O beijo que tanto esperava selou – literalmente - o momento, sendo muito melhor daquele que eu esperava.
A chuva caia serenamente, e cantavam naquele momento à medida em que as gotas tocavam as flores e o chão. Cintilavam em meio aos brilhos da cidade, aproximando meu coração à sintonia daquela alegria tão silenciosa, mas que meu peito regia com maestria um cântico que pude ouvir o caminho todo de volta à minha realidade.



Se sinto que dará certo?

Sinceramente não sei.

O que sei é que o momento que vivi foi maravilhoso, e espero que não pare por aí. Mas se foi apenas este momento, ele ficará guardado em meu coração com toda a alegria de trazer de volta a pureza que há tanto procurava.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

♪♫ Please Excuse me, I don't mean to be rude... ♪♫

Poxa vida
Hoje estou me sentindo um tanto quanto estranho...
Já me senti assim outras vezes e não sei exatamente como lidar com este sentimento, muito confuso por sinal. Tentar expressa-lo palavras, muitas vezes é uma missão quase impossível.

Sabe quando você se sente muito alegre, parece que tudo está indo perfeitamente bem, da maneira como você vem pedindo que aconteça, e de repente isso é mais que suficiente. Como se tudo fosse perfeito demais pra estar acontecendo?
Desta forma estou me sentindo, pois este final de semana foi tudo tão legal, tão bom, que na verdade se apresenta bom demais pra ser real.
Tudo começou em um sábado como outro qualquer, na verdade, bem pacato e sossegado como sempre, sem nada de especial. Apenas um sábado.
O dia passou lentamente, assisti a um filme em minha casa, com toda a família, tudo estava correndo muito bem, divertido e muito agradável.
Mas foi no final do sábado que a vida, com sua maneira sutil de surpreender, me pregou uma peça. Pois ao final da noite enquanto em minha rotina noturna, me preparando pra ir descansar, eu alimentei o costume de entrar na internet, e então veio o convite.
“Wagner, vamos sair pra dançar?”
Meu grande amigo, que sinto tanto sua ausência, veio até mim depois de tanto tempo pra me convidar a irmos juntos em uma baladinha, que ele tem o costume de ir, mas não tinha companhia.  A alegria de poder ter a companhia deste irmão fez meu coração pular tão forte, que parecia estar saindo do meu peito. Era como se este pequeno órgão gritasse pra ir ao encontro dele, e abraçá-lo!
Pois bem, a última vez que o vi fora há muito tempo, enquanto ele ainda estava passando por momentos muito difíceis, depressivos, por isso naquele último encontro ele não trocou muitas palavras comigo. Recordo-me que do momento que entrei em seu carro, até o final de nosso destino, ele respondeu apenas aquilo que eu perguntei.  
Contudo sua amizade se tornou muito importante, apesar de nos falarmos apenas via internet, aprendi a ser mais gente com ele.
Aprendi que quando não se conhece algo, você tem que procurar por você mesmo, pois o crescimento vem do esforço de ir atrás.
Aprendi que todos temos limites, e que devemos ter a personalidade de respeitar, e não nos dobrarmos às vontades alheias, apenas para alimentar a vaidade dos outros.
Aprendi que aquele que simplesmente te ilude com idéias vagas, que te seduz apenas pra usa-lhe como um instrumento de interesse próprio e depois descarta como a um papel sem utilidade, não deve ser considerado teu amigo.
Aprendi que nossa vida, não deve ser como um livro aberto, não! Deve ser um livro sim, porém trancado, e a chave desta obra escrita pela vida, que é conduzida por nossa maestria, deve ser confiada apenas àqueles que realmente merecem!
Aprendi a gostar dele, do jeitinho que ele é! O gato no telhado, o chato charmoso, ou ainda o fotógrafo talentoso que conquista as pessoas com seu jeito temperamental de ser, mas que revela uma sensibilidade por trás de tanta seriedade.
Sim, a “cabeçinha de vento” aqui, que insistiu tanto na amizade daquele que trouxe brilho em seu aniversário, que mostrou que filmes são bons em seus idiomas, e que um abraço pode demonstrar muito mais que os olhos podem captar.
E por mais que a distância tente tirar este sentimento tão bom que preservo por ele, eu sou mais perseverante, e me encho de alegria ao simples fato de falar com ele.
Tudo isso me veio à mente, no momento em que o esperava para irmos juntos! E a medida que ia se aproximando o nosso reencontro, minhas mãos gelaram, meu coração disparou novamente, e isso só aumentou até eu avistar seu carro.
Ah! Que ótima sensação, poder vê-lo. Porém o melhor estava por vir, quando no caminho eu fui percebendo como o coraçãozinho deste meu querido amigo, tão ferido já fora, e que agora mostrou estar tão feliz. O sorriso foi uma acolhida tão carinhosa, a melhor possível. Seguido de um bom papo, que se estendeu o caminho todo; este amigo que antes me conquistará em sua dor, me fazia muito feliz em ver sua alegria retornar.
Cantamos juntos as músicas em inglês - paixão mútua dos amigos – conversamos sobre tudo, sobre o seu namoro, sua carreira, família.

Na danceteria, me senti ainda melhor, podendo estar ao lado deste meu grande amigo, dançando e curtindo pela primeira vez um programa até então nunca experimentado.

O que me deixou ainda mais feliz, foi perceber que uma visão a meu respeito se contrapunha ao que estava vivenciando, pois não me sentia feio, pois percebia os olhares sobre mim, enquanto dançava. Sempre me senti um patinho feio, e quando alguém olhava para mim, era pra ver o quanto sou estranho. Mas naquele momento tudo estava tão diferente; parecia que o cisne havia desabrochado para viver!
[...]
“Eu se fosse você, sairia com quem está te olhando, aí ao seu lado!”
Foi o que meu querido irmão me indicou.  E foi pensando nessa possibilidade, que me senti bonito naquela noite, pois fui beijado tão carinhosamente. Fui olhado de uma maneira que não imaginava que alguém pudesse me olhar.
Tudo isto aconteceu em apenas uma noite. Mas foi o suficiente para despertar em meu coração, um momento de tão grande alegria, que me emocionou assim que abracei meu amigo, ao deixar-me em minha casa. Quanto eu esperei por este abraço. As lágrimas percorriam meu rosto, eram como fogos de artifício saindo por ele celebrando aquele momento.
Mas esta sensação de alegria – sentida sobriamente – deixou marcas, como a de drogas, bebida. No momento em que se está bebendo ou se drogando, experimentamos as melhores sensações, pois estamos extasiados de tanta felicidade. Porém, é depois de deitarmos nossa cabeça no colchão, que pesa a mente – literalmente –e vêm as conseqüências. A melancolia de uma ressaca, é que faz mal. Senti-me tão triste em saber que aquele momento tinha de acabar, e que talvez eu não volte a sentir novamente, pois sei que cada momento é único, e que momento como aquele não se deve viver novamente – tenho os motivos em 
pensar assim – mas que ficarão armazenados em meu coração, e agora aqui!



♪♫ But tonight I loving you ♪♫